2011-06-24 Montijo - Concurso de "pegas"

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DCP
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2011-06-24 Montijo - Concurso de "pegas"

#1 Mensagem por DCP » segunda jun 27, 2011 1:55 pm

http://naturales-tauromaquia.com/cronic ... ca-montijo
Pegar ou Agarrar Toiros!?

O Forcado Amador é uma figura única e mítica da nossa festa dos toiros. A pega de caras ou de cernelha faz vibrar, abrir sorrisos, emocionar, levantar dos assentos os menos sensíveis que vão aos toiros em Portugal e por esse Mundo fora. Uma boa pega de caras põe de acordo todos dentro de uma praça, mas o que se passou na sexta-feira no Montijo, dia 24 de Junho, foi mau demais para ser verdade.

A figura do Forcado Amador saiu mal tratada, os grupos em praça mostraram vontade, mas pouquíssimos recursos para solucionar as dificuldades apresentadas pelos toiros que tiveram por diante. E quem não tem barrigas para caldos não se deve meter neles para seu bem e para bem de quem assiste nas bancadas das praças de toiros a tamanha barbaridade. Para se pegar um toiro tem que se ter no mínimo a noção do que é um toiro! E não se viu isso no Montijo. Para se pegar um toiro tem que se ter humildade e vergonha toureira e não foi o que se viu na sexta-feira passada.

Meus caros, a pega de caras é realizada com 8 forcados e digo 8, e não com 12, 14, 15 ou mesmo com o grupo todo dentro da praça. E para cúmulo dos cúlumos, houve alguns que deram voltas à praça com os 1º ajudas com saídas aos médios!! E ainda houve um prémio atribuído para a melhor pega, digo eu “agarranço” da noite!! Uma VERGONHA.

É verdade que os toiros da ganadaria espanhola de Arruci (encaste Murube/Urquijo) não eram pêras doces, mas quando se ensina um toiro a bater, não se tem noção dos terrenos que se pisa, não se recua como deve ser, quando os forcados da cara não se fecham de pernas nem de braços, os ajudas caem ao molho para cima do toiro, é impossível pegar toiros de forma correcta. Ontem S. João andou toda a noite de capote toureiro na arena do Montijo e não aconteceram desgraças maiores porque o Santo intercedeu junto de Deus Nosso Senhor. Podíamos ter assistido ontem a um verdadeiro massacre. E isso não é a festa dos toiros, isto não nos dignifica, isto ajuda os detractores da festa.

No segundo toiro da noite o caos vivido na arena foi mau demais para ser verdade, 4 tentativas de caras falhadas, mais umas quantas tentativas de cernelha, sem os forcados terem tentando uma única vez entrar ao toiro, mais o grupo TODO na arena para mais 2 tentativas de caras com cabrestos e campinos à mistura, foi um quadro terrível. Isto não é pegar, isto é tentar agarrar toiros, isto não é um grupo de forcados, isto é um grupo de agarradores.

Mas se neste segundo o quadro foi este, nos restantes pouco melhorou, temos que repensar certas coisas dentro da Festa, o espectáculo ontem assistido no Montijo nada a dignifica.

Quantos aos cavaleiros em praça pouco há a dizer, excepção feita a António Ribeiro Telles e Duarte Pinto, que fizeram o mais destacado da noite.

António lidou o 1º de Arruci, com 613kg, bem apresentado mas manso como os demais irmãos. Esteve bem a citar, receber e cravar nos compridos, com destaque para o segundo, para nos curtos abrir um livro onde a arte de bem tourear esteve sempre patente. Com uma brega de maestria apurada, cravou 4 curtos de categoria, entrelaçando bonitos pormenores toureiros. Os mais novos deviam pôr os olhos nesta lição toureira. Os mansos também têm lide e com eles também se triunfa.

Filipe Gonçalves lidou outro manso e difícil toiro com 667kg, nos compridos andou irregular, para nos curtos intercalar a pescaria com violentos toques nas montadas! Rematou a lide com o número de circo do cavalo que bate palmas! Sem comentários.

João Ribeiro Telles Jr lidou o mais pesado e suave da noite, que acusou na balança 680kg. Andou desembaraçado nos compridos, para nos curtos ter um início de lide com 2 ferros falhados, cravando depois alguns ferros de boa nota, vindo a lide a crescer e rematando com o habitual violino e palmo.

Duarte Pinto foi outro dos triunfadores da noite, lide sem mácula, limpa, cravando ao estribo e com desenvoltura, já que o cinquenho de 580kg que teve por diante foi manso, acobardado e com pouca água para tirar do poço.

Francisco Palha lidou um bonito Arruci de 645kg, manso encastado, o cavaleiro andou irregular a cravar nos compridos, para nos curtos alternar alguns toques com ferros descaídos, lide com pouca história.

Tomás Pinto lidou outro manso de 600kg que, no inicio da lide, arreava por detrás da montada e por diante cortava, e que se acobardou ao 2 curto, Pinto andou desenvolto na cravagem tanto dos curtos como dos compridos, mostrou bons pormenores toureiros.

Em sétimo lugar foi lidado um novilho de António Charrua, de 510kg muito duvidosos, que foi mansote e brusco nas investidas. O matador de toiros Sevilhano Octávio Chacon andou com muita vontade, mas a corrida já ia muito longa e o público estava farto de tanta tourada. Desenhou alguns redondos de boa nota. Lide sem grande história.

Estavam anunciados para esta corrida os forcados amadores do Ribatejo, Moita e Montijo.

Foram caras João Machacas à 2ª tentativa, e Mario Gonçalves à 4 tentativa pelos Amadores do Ribatejo.

O 1º toiro dos Amadores da Moita não foi pegado, portanto regressou vivo aos currais, no 5º Fernando Grilo ao 2º intento.

Pelos da casa, Amadores do Montijo, Ricardo Figueiredo à 4ª tentativa e Hélio Lopes à 2ª tentativa.

O prémio para o toiro melhor agarrado foi parar às mãos de Mário Gonçalves, que só à 4ª tentativa conseguiu resolver a papeleta com 15 forcados dentro de praça!!! Sem comentários.

Dirigiu a corrida com muita benevolência o Sr. António José Martins!
"Não há grandeza onde não há verdade"

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