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Praça de Toiros de Santarém

Enviado: quinta dez 10, 2009 8:05 pm
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Re: Praça de Toiros de Santarém

Enviado: quinta dez 10, 2009 8:21 pm
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Re: Praça de Toiros de Santarém

Enviado: quinta dez 10, 2009 8:59 pm
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Re: Praça de Toiros de Santarém

Enviado: quinta dez 10, 2009 10:40 pm
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Re: Praça de Toiros de Santarém

Enviado: quinta dez 10, 2009 11:30 pm
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Re: Praça de Toiros de Santarém

Enviado: sábado dez 12, 2009 7:06 pm
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in http://www.scms.pt/ptouros.htm
A promoção de espectáculos tauromáquicos pela Santa Casa da Misericórdia de Santarém, como fonte de receita, remonta, pelo menos, ao ano de 1825, com o objectivo de recolher fundos para ajuda da sustentação dos Expostos – a cargo do Hospital de Jesus, administrado pela Mesa Administrativa da Santa Casa.

Os resultados conseguidos, ao longo dos anos, em vários eventos que a Misericórdia promoveu, levaram a Mesa Administrativa, sob a provedoria do Padre João Rodrigues Ribeiro, em exercício no ano de 1891, a ponderar a aquisição da vetusta Praça de Touros, existente a S. Domingos e que a Câmara Municipal queria demolir, por serem incomportáveis os custos da sua conservação, uma vez que era, em boa parte, construída em madeira.

Para esta decisão da Mesa Administrativa muito contribuiu o conhecimento, em sessão realizada em 20 de Maio de 1891, de um ofício da Câmara Municipal de Santarém, pedindo autorização à Santa Casa, para dar início à demolição do edifício do chamado Hospital Velho, local onde hoje se encontra o Teatro Sá da Bandeira, e que era foreiro, em trinta mil réis, ao Hospital de João Afonso, já então instalado no Convento do Sítio e sob a administração da Misericórdia. A Câmara pretendia construir naquele local um mercado coberto.

Aprovada a pretensão da edilidade, na sessão de 28 de Dezembro de 1891 foi tomada a iniciativa de propor à Câmara de Santarém que o foro sobre o Hospital Velho fosse trocado pela praça de touros existente no local onde se havia demolido o Convento de S. Domingos. A escritura desta permuta foi assinada em 4 de Maio de 1892. Deste modo, a Praça de Touros ficou incorporada no património da secular Instituição, a partir desta data.

Por muitos anos ali se realizaram os espectáculos taurinos até que a necessidade de criar um novo espaço se tornou inevitável, face às dificuldades de manutenção da velhinha praça.

No decurso da provedoria do Eng.º António Manuel de Passos de Sousa Canavarro começou a tomar forma o projecto que veio culminar na construção da actual Praça de Touros «Celestino Graça».

Em sessão dia 22 de Novembro de 1954, a Mesa Administrativa constatava não ser de modo nenhum rentável a renovação da antiga Praça de Touros, no Convento de S. Domingos, já que, pelas condições da sua construção, pouco ou nenhum lucro produzia, pois a sua conservação tinha custos insuportáveis.

Foi deliberado estudar a possibilidade da construção de uma nova Praça, em alvenaria e cimento. Na mesma sessão foi apresentado à Mesa o arquitecto Pedro Cid, a quem foi confiado o estudo de uma nova Praça, a construir junto ao Campo da Feira, contando com a concordância da Câmara Municipal de Santarém e na expectativa de um subsídio, por parte do Estado, na ordem dos 50% do seu custo.

Na vigência do segundo mandato deste Provedor, em 1956, na sessão de Mesa de 9 de Março, foi recebida a comunicação de que a Câmara Municipal de Santarém aprovara o projecto da nova Praça e, para o efeito, cedia uma faixa de terreno, necessária à sua concretização, desde que tudo fosse aprovado pela Direcção Geral de Urbanização, uma vez que a execução desta obra alterava o Plano Urbanístico da cidade.

Para concretizar o projecto a Mesa reunida em 13 de Março de 1957 deliberou solicitar ao Definitório e depois às autoridades tutelares, a necessária autorização para proceder à venda da antiga Praça de Touros, em S. Domingos, bem como os respectivos terrenos, para utilizar o produto da venda na construção da nova Praça.

Todavia, foi necessário aguardar ainda alguns anos até que o projecto fosse uma realidade.

Em 1960, uma das primeiras acções empreendidas pela provedoria, do Dr. António do Rosário Marques [1960-1962], foi a nomeação de uma Comissão encarregada de tratar de todos os assuntos relacionados com a construção da nova Praça de Touros, promovendo todas as iniciativas necessárias à conclusão do projecto.

Desta Comissão faziam parte: Eng.º Agroº. António Manuel de Passos de Sousa Canavarro, Dr. Luís Hilário Barreiro Nunes, Provedor da Mesa anterior, Eng.º Agroº. João Luís de Almeida e Noronha Botelho Falcão, Dr. João Rodrigues Trancas, Eng.º Agroº. Rafael Cabrito Alves, Joaquim Manuel Sobral Bastos Temudo Baptista, vogal da Mesa em exercício, e que assumiu o cargo de seu delegado, junto da Comissão. Mais tarde, juntaram-se a estes, por nomeação da Mesa, Caetano Marques dos Santos e Celestino Louro da Silva Graça. Em 27 de Outubro de 1961 foi convidado para fazer parte desta Comissão o Engº. António Ferreira Quintas.

Não regatearam esforços os membros da Comissão e o projecto da nova Praça de Touros tornou-se irreversível. Em 31 de Janeiro de 1961 o projecto arquitectónico estava concluído, tendo deliberado a Mesa agradecer ao Arquitecto Pedro Cid, não só a sua execução, como a disponibilidade que manifestou para acompanhar a execução da obra.

Dias depois, na sessão da Mesa de 20 de Janeiro do mesmo ano, foi dado a conhecer aos Irmãos mesários que Sua Excelência o Ministro das Obras Públicas havia prometido à Comissão, um subsídio de mil contos, para a construção da nova Praça de Touros, quando da sua visita à cidade, que ocorrera a 19 do mesmo dia, mês e ano.

Em Outubro de 1961, a Mesa deliberava pedir a convocação do Definitório, para que lhe fosse concedida a necessária autorização de compra do terreno destinado à nova Praça de Touros e também autorização para trocar com a Câmara de Santarém uma outra parcela com aproveitamento mais conveniente.

Na sessão do Definitório do dia 30 de Outubro do mesmo ano, foi autorizada a compra de 15.000 m2 de terreno, no chamado Chão do Matadouro, junto ao Campo da Feira, por ser aí que o plano de urbanização da Câmara de Santarém previa a construção da Praça de Touros.

O terreno foi comprado pelo valor de 50$00 o metro quadrado, "revertendo desse valor 30$00 por metro quadrado", como dádiva dos seus proprietários, D. Isménia Peixoto da Fonseca Cunha Belo e o Tenente José Augusto Fernandes da Cunha Belo, como ajuda para a construção da Praça, o que na prática baixava para 20$00/m2 o preço do terreno a adquirir.

Na mesma sessão foi dado conhecimento à Irmandade que a Comissão Pró-Touradas da Feira do Ribatejo doava, desde já, 300.000$00, dos fundos que havia realizado, para a ajuda da construção da Praça.

Verdadeiramente significativo do movimento de adesão que se gerou à volta da construção da nova Praça de Touros, foi o facto de se terem sucedido as doações com esse fim. Logo na sessão da Mesa de 20 de Novembro de 1961, foi dado conhecimento pelo Provedor, que um grupo de pessoas iria doar o terreno adquirido para a construção da Praça e que para além disso D. Isménia Cunha Belo e seu marido, o Tenente Cunha Belo, doavam à Misericórdia mais um terreno com 9.000 m2, destinado a logradouro, aos acessos à nova Praça e a construção urbana. Por seu vez, a Comissão Pró-Tourada ofereceu mais 6.000 m2, destinados ao mesmo fim.

Finalmente, em sessão da Mesa de 13 de Janeiro de 1964, o Provedor foi mandatado para assinar o contrato de adjudicação da empreitada de construção da nova Praça de Touros, à firma Alves Ribeiro, Lda., pelo custo total de 8.200.000$00.

A nova Praça tinha projectada uma lotação total superior a 13.000 lugares. Os Mesários Dr. Miguel Coelho dos Reis e José Roque Dias foram nomeados para fazerem parte da Comissão pró Construção da Praça, em representação da Mesa.

A inauguração da nova Praça de Touros teve lugar em 7 de Julho de 1964, com a realização de uma «corrida à antiga portuguesa», com a lotação completamente esgotada, e com a presença do então Presidente da República, Almirante Américo Tomaz e sua esposa.

Actualmente e numa atitude responsável, a Mesa Administrativa em exercício estuda uma solução adequada com vista a serem encontradas novas alternativas para rentabilizar o espaço que a Praça Celestino Graça ocupa, sem prejuízo das tradições tauromáquicas e da salvaguarda dos interesses da Santa Casa – o mesmo é dizer: os interesses dos mais carenciados, a quem serve. Nesse sentido estuda-se a possibilidade de construção de uma nova Praça, de características polivalentes, dimensionada à realidade actual da «Festa» e com uma localização mais adequada.